quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Resenha: Eu estive aqui

Ficha técnica

Título: Eu estive aqui
Autor: Gayle Forman
Editora: Arqueiro
Páginas:
Ano:

Cody mora com a mãe, a quem sempre chama de Trícia, o que já demonstra a ausência dos laços afetivos. Ela não conheceu o pai, o que a deixa ainda mais carente de cuidados paternos. Quem cumpre estes papeis são os pais de sua melhor amiga, Meg, que cometeu suicídio. A família de Meg era muito mais sua família, do que a que ela própria tinha. Meg, seus pais, Joe e Sue, o irmão mais novo, Scottie e até o cachorro Sanson eram a família de Cody. E tudo desmoronou quando Meg deu fim a própria vida.

Cody não aceita o suicídio de Meg e depois de uma breve observação de Scottie, decide investigar e descobre que mesmo se considerando as melhores amigas, Cody sabia bem pouco a respeito de Meg.

Foi o primeiro livro que li da autora e digo que gostei. É uma leitura bem fácil, a história simples e me interessou. Dava para perceber que Meg escondia alguma coisa apesar da negação de Cody. Fiquei identificando alguns alunos e conhecidos que para todos era uma pessoa mas por dentro era outra. Me lembrou também de Cidades de Papel do John Green, quando a Margo diz que "...às vezes o jeito como a gente pensa em alguém não é exatamente o jeito como essa pessoa é." . Um exemplo simples é quando um casal, unidos há anos, que pareciam se dar tão bem e viverem tão felizes se separam. Pela sociedade eles eram vistos de uma forma, mas só eles sabiam quais demônios enfrentavam todos os dias. Tem dia que o que mais queremos é abrir um buraco e se enfiar nele, mas se alguém pergunta "Tudo bem?" o que respondemos? "Tudo!" Não é tão simples se abrir, mesmo para os melhores amigos, certos assuntos não podem ser compartilhados. Cody não entendia isto, não aceitou, mas é assim que é.

Infelizmente deste livro não selecionei trechos porque ia lendo e refletindo. Cheguei ao final com meus pensamentos e quase nenhuma anotação. Mas aqui, não deixo de dizer: leia!

Bárbara Leilane - Auxiliar da tarde

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Resenha: Ícones

"... 13 Ícones caíram do céu, sendo que cada um pousou em uma das megacidades da Terra.
O próprio Dia se revelou a demonstração máxima dessa capacidade, quando, conforme já sabemos, os Lordes ativaram os Ícones e extinguiram toda a esperança de resistência ao fazerem de exemplo Goldengate, São Paulo, Köln-Bonn, Cairo, Bombaim e a Grande Pequim... as chamadas Cidades Silenciosas." Pág. 22




Ficha técnica

Título: Ícones #01
Série: Dangerous creatures
Autor: Margareth Stohl
Editora: Galera Record
Páginas: 383
Ano: 2014

Estava sem saber o que ler e então me lembrei de Ícones. Não conheço a saga Beautiful Creatures (Dezesseis Luas) e fiquei com medo de não entender Dangerous Creatures, imaginei que a semelhança dos nomes significasse uma interligação entre as histórias. Mas não.

"Chorão (Ícone doloris) Um Chorão é a encarnação humana da tristeza. Por natureza, o Doloris é um empático poderoso, quase telepático. Um Chorão consegue intuir tudo que é pensado ou dito por aqueles ao redor." Pág. 115

Eles chamam os aliens de Lordes e as naves que geram o campo eletromagnético de Ícone. "O Dia" é como eles se referem ao dia em que os alienígenas invadiram os céus e os Ícones geraram um campo eletromagnético que matou bilhares de pessoas ao seu redor, dentre elas a família de Dol e Ro. Quando o Dia chegou, Dol e Ro eram apenas bebês, o Padre os resgatou do Buraco (Los Angeles) e os criou na Missão, no campo. Eles vivem escondidos da Embaixada que, nas batidas à procura da Rebelião, levam remanescentes para os campos de Projetos. Ninguém sabe ao certo o que está sendo construído, apenas que é a mando dos Lordes e que a Embaixadora Amare segue a ordem deles ao manter os Projetos sempre em funcionamento.

"Amante (Ícone amoris)  Um Amante possui o carisma inato que assegura que ele será seguido até os confins do mundo, ao ponto que se torna difícil diferenciar a predileção do controle mental." Pág. 86

Posso estar equivocada, mas para mim esta é uma obra distópica. Catástrofe, governo opressor... ou pode ser só mais uma ficção, sei lá.

Os capítulos são intercalados por um "futuro". Entre um capítulo e outro temos trechos do que só entenderemos mais no fim do livro. Os nomes dos personagens são bem interessantes porque depois do Dia, eles não usam mais os nomes de batismo, assim, Doloria é Dol, ou Dolly e Ro é Furo. Dol e Ro são crianças ícones, assim como Tima e Lucas Amare. Pelos trechos em vermelho não fica difícil saber quem é qual criança ícone nos nossos protagonistas.

"Furioso (Ícone furoris) Um Furioso pode usar a fúria para canalizar força física incrível, como se fosse adrenalina fora de controle. " pág. 76

As crianças ícones foram projetadas em laboratório e possuem dons. Cada uma delas tem um sentimento super aguçado, o que as torna especiais, únicos e a esperança do Planeta. Dol, Ro, Tima e Lucas são imunes ao campo mortal das naves. Ro e Dol são unha e carne da mesma forma que Tima e Lucas. Mas enquanto Ro e Dol cresceram refugiados na humildade do campo, Lucas é filho da Embaixadora Amare e vive com Tima no luxo e segurança da Embaixada. São universos opostos mas o destino os une e antes que sigam pelo mesmo caminho e lutem do mesmo lado, precisam parar de brigar e confiarem uns nos outros.

A história é boa mas o final nem tanto. Como eles se chamam através de apelidos é a medida que lemos que entendemos quem realmente é, o que trás algumas surpresas. Já o fim... não me agradou muito. Já era previsível que um casal se formasse mas  não foi do meu agrado, se cada um ficasse com quem a princípio parecia estar, seria melhor. E no auge do livro, quando eles finalmente atacam o Ícone, o que seria uma mega explosão para mim soou como um estalinho de festa junina. Quem sabe a continuação, Ídolos, compense.

Legal que uma inteligência artificial da embaixada tem o nome inspirado em vários autores distópicos: George Orwell de 1984; Ray Bradbury autor de Fahrenheit 451; Aldous Huxley autor de Admirável Mundo Novo e Arthur C. Clarke autor de 2001 Odisseia Espacial. Se você não se interessar por Ícones pode gostar das indicações que o próprio nos dá.

Bárbara Leilane - Auxiliar da tarde 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Resenha: Os três

" - Você sabe por que devemos tirar os sapatos antes de morrer?
- Não.
- Para não levar rastros de lama para a outra vida. Por isso existem tantos fantasmas sem pés." Pág. 385


Ficha da obra
Título: Os três
Autor: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro
Páginas: 393
Ano: 2014

Os três é um livro incomum. Julguei pela capa que seria um suspense no estilo filme japonês, amei a coloração preta dos cortes do livro, que dá um "tchan!" e o deixa ainda mais sinistro. Mas... (suspiro)... não foi bem o que eu esperava.

Pense em um livro chamado "Quinta-feira Negra: da queda à conspiração" (DQAC) escrito por Elspeth Martins. Agora pense que DQAC foi parar dentro de outro livro. É exatamente o que acontece aqui, o livro de Elspeth é o livro os Três. Deu para entender? E o livro Quinta-feira Negra é igual a um documentário do Discovery Channel. Ele é composto por entrevistas, transcrições de conversas por telefone, e-mail ou skype e notícias. Francamente foi estranho ler uma ficção que mais parece um documentário. A história parecia muito real para não ser.

O enredo tem vários núcleos e temos que uni-los mentalmente para compreender os acontecimentos que estão interligados. No dia 12 de janeiro de 2012, 4 aviões caíram nos "quatro cantos do mundo" Japão, Flórida, Inglaterra e África. Era uma quinta-feira e o dia ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Apenas 3 pessoas sobreviveram, cada uma de um avião, todas são crianças, dois meninos e uma menina:  Bobby do acidente no Japão, Hiro do acidente na Flórida e Jess do acidente na Inglaterra.

Nos últimos segundos de vida, uma passageira chamada Pamela, do acidente no Japão, envia uma mensagem de voz: 

"Eles estão aqui. Eu... Não deixe a Snookie comer chocolate, é veneno para os cachorros, ela vai implorar a você... O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Tchau, Joanie, adorei a bolsa, tchau Joanie, pastor Le, avise a eles que o menino, não é para ele..." Pág. 88

3 sobrevientes, 3 crianças. Sorte? Coincidência? Estranho? Como a capa do livro é bastante sombria sabia que haveria algo de sobrenatural na explicação e as primeiras páginas alimentaram minhas expectativas, mas depois... A "autora" do livro dentro dos Três apresenta depoimentos que nos leva pensar que havia algo de errado com as crianças. Os parentes que ficaram com a guarda delas diziam que o comportamento das crianças mudou extremamente. As vezes, elas falavam como se soubessem de algo a mais, sempre misteriosas, rindo do que parecia não ter graça, agindo estranhamente. Tinha tudo para ser um livro muito bacana principalmente quando o tio de Jess começa a ser assombrado pelo fantasma do irmão que exalava cheiro de peixe podre. Para mim Jess era a mais assustadora de todas. 

"Ele parecia olhar direto através de mim. Depois... escute, Elspeth, isso vai parecer muito sinistro, mas eles começaram a marejar, como se ele fosse cair no choro, só que... meu Deus... isso é difícil... eles não estavam se enchendo de lágrimas e, sim, de sangue." Pág. 41

As pessoas interpretaram a sobrevivência dos Três de diversas formas. Alguns disseram que eles eram Cavaleiros do Apocalipse, outros, que eram aliens, que estavam possuídos, que eram milagres... Até Pamela foi considerada profeta! Daí você imagina o fervor que isto causou: começaram a lotar as igrejas em busca de salvação porque o fim dos tempos estava próximo; alguns queriam matar as crianças porque assim o Juízo final seria adiado; outros queriam tocar nelas para receberem um milagre, faziam cultos em homenagem à eles ou protestos contra. A questão virou política e até as eleições foram influenciadas pelos acontecimentos e por isto "Da queda", do avião, "a conspiração", pelos cultos, rebeliões e tal. Parece exagero mas faz até sentido, sempre encontramos aproveitadores tanto na política quanto na religião, sem falar nos outros segmentos. Só que eu esperava mais, porque eu queria um suspense, um terror! Por isto ansiava tanto pelas partes de Paul, o tio da Jess.

Mesmo tendo achado o livro meio decepcionante, sugiro que esteja na sua lista de leitura. O sucesso da leitura parte também da expectativa que temos dela e a minha foi uma, o que ela me ofereceu outra.

Bárbara Leilane - Auxiliar da tarde

terça-feira, 12 de julho de 2016

Perfil Madeleine Roux



Madeleine Roux nasceu em Minnesota, nos Estados Unidos. Formou-se em Escrita Criativa do Beloit College, em 2008. Na primavera de 2009, completou um termo de honra em Beloit College, propondo, escrita e apresentação de um longa-metragem de ficção histórica. Pouco depois, ela começou um blog de ficção experimental Allison Hewitt Is Trapped, que rapidamente se espalhou por toda a blogosfera, trazendo uma experiência exclusiva de ficção para os leitores.  Atualmente vive na Caliofórnia.

Asylum é seu romance de estreia e você confere aqui, na próxima semana a resenha.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Dica de leitura: Asylum

" A loucura é algo relativo. Depende muito do lado da grade em que a pessoa está." Pág. 180


Ficha da obra

Título: Asylum
Autor: Madeleine Roux
Ano: 2014
Editora: V&R Editoras
Páginas: 335

Asylum é um suspense de Madeleine Roux.

Dan está inscrito no Curso Preparatório New Hampshire durante o verão. Está ansioso com o início das atividades mas sente um sensação estranha quando encara o prédio do Brookline, onde se hospeda. O prédio é um antigo manicômio transformado em alojamento para a faculdade. 

Coisas estranhas acontecem durante aquele verão. Dan e seus amigos, Abby e Jordan, descobrem uma passagem secreta para as celas onde ficavam os internados, um anfiteatro operatório, fotos dos pacientes em tratamento e a ligação de suas vidas com aquele lugar.

"Ele foi um dos assassinos internados aqui. Um assassino em série. Matava as pessoas e depois criava uns cenários, com os cadáveres fazendo o papel de estátua...
Ele era chamado de o Escultor, e veio para cá, para o Brookline." Pág. 247

"Você também pode ser um deles. Pode ser imortal. Fazendo pose, com uma careta ou um sorriso. Estou à sua espera no quinto andar, Daniel, para esculpir você." (pág. 255)

É um suspense bem elaborado, escrito em primeira pessoa pelo narrador personagem Daniel Crawnford. Daria um bom filme, daqueles que vão te levando suavemente até os últimos minutos de apreensão. O texto é simples, fácil de ser compreendido e com muito diálogo, o que faz a leitura render.

Existe um suspense em quem está atormentando Dan ou se é tudo ilusão. Ele recebe e-mails que surgem e desaparecem misteriosamente da caixa de entrada e bilhetes anônimos que o deixam ainda mais perturbado. No decorrer da leitura descobrimos que Dan viveu em vários orfanatos na infância e faz terapia para ajudar nos traumas. Isto me fez questionar se poderia ser ele mesmo o assassino e louco da história. Já havia percebido que ele sempre estava dormindo ou desmaiado quando alguém era atacado e nos capítulos finais ele mesmo faz este questionamento, principalmente depois de descobrir a ligação que tem com o diretor do sanatório.

(pág. 170)


Gosto de suspenses e em toda a leitura fiquei pensando em como ele seria se fosse adaptado para o cinema. Fiquei me lembrando de quando li A Mulher de Preto de Suasn Hill, o ritmo da leitura é bem parecido. Uma funcionária da escola perguntou se eu havia gostado do livro e eu parei por alguns segundos antes de responder e ela: "Demorou responder, não gostou." Mas na verdade eu gostei sim é apenas uma dificuldade minha: não disponho de tempo suficiente para ler vários capítulos seguidos então a leitura fica partida e o clima de mistério de apreensão acaba se dissolvendo quando interrompo a leitura. Quando a retomo, é preciso recriá-lo e aí... está na hora de parar de ler. Então minha avaliação sobre um livro de suspense ser bom é imaginar se um filme daquela obra seria bom e desta forma; sim, eu gostei de Asylum, principalmente quando imaginei esta cena:

"Com o fio do bisturi, *** traçou de leve um sorriso de palhaço no próprio rosto, deixando uma pequena linha curvada e vermelha na pele - um corte superficial, porém visível." Pág. 311

O *** é por minha conta para não revelar o nome do personagem.
O que mais gostei em Asylum não foi do texto mas das imagens, muito realistas! Uma nota no fim do livro diz que elas são fotomontagens criadas por um estúdio com base outras de manicômios reais. Nossa, elas são ótimas, reparou na foto mais acima?












Descobri que Asylum tem continuação, Sanctum é o livro dois e ainda temos outros dois extras: Scarlets e Artistas dos Ossos.

Boa leitura!

Bárbara Leilane - Auxiliar da tarde


quinta-feira, 30 de junho de 2016

Perfil Andy Weir



Andy cresceu lendo ficção científica. Sempre se interessou pelo espaço e assuntos como física relativa, mecânica orbital e histórias de voos tripulados ao espaço. Estudou ciências da computação na Universidade da Califórnia em San Diego, porém não se formou.Aos quinze anos de idade, começou a trabalhar em um laboratório nacional. Desde então, tem trabalhado como engenheiro de softwares.

Quando tinha vinte anos, começou a escrever contos e publicá-los em seu site de trabalhos criativos, o Galactnet. Lá é possível ler o conto pelo qual ganhou destaque, O Ovo (traduzido para português), disponível em vários idiomas.

Em 2011 lançou por conta própria seu romance de estréia The Martian em versão E-Book. Foi comprado pela Crown Publishing Group e relançado em 2014 numa versão de capa dura e pela Twentieth century Fox foi adaptado para filme.

Foi lançado no Brasil pela Editora Arqueiro em Outubro de 2014 com o título Perdido em Marte ( Confira a resenha clicando aqui.)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Resenha: Perdido em Marte

"Então, esta é a situação: estou perdido em Marte. Não tenho como me comunicar com a Hermes nem com a Terra. todos acham que estou morto. Estou em um Hab projetado para durar 31 dias.
Seo o oxigenador quebrar, vou sufocar. Se o Hab se romper, vou explodir. Se nada disso acontecer, vou ficar sem alimento e acabar morrendo de fome.
Então, é isso mesmo. Estou ferrado" Pág. 14

Ficha catalográfica
Título: Perdido em Marte
Autor: Andy Weir
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Páginas: 335

Mark Watney é botânico, engenheiro mecânico, astronauta E um homem ferrado! Sim. Não me importo de usar este vocabulário tão baixo porque é desta forma que ele se descreve, várias vezes, no livro. Durante uma forte tempestade de areia, sofre um acidente à caminho do VAM (Veículo de  Ascenção de Marte)e é deixado para trás. Por sorte do marcianos (ou não) ele sobrevive mas tem tantos problemas que talvez a morte fosse o mais fácil. mas ao contrário dos meus pensamentos desanimadores, Mark tem um espírito de sobrevivência gigante e um humor mais incrível ainda. Eu, certamente teria sentado e chorado até me afogar em lágrimas dentro do traje espacial ou me lançado ao espaço.

"Estou fodido e vou morrer!" Pág. 39

Exagerada? Bom, coloque-se no lugar dele! Mark está em Marte e se você não é muito bom em geografia, vou te dizer onde Marte está: Marte é o 4º planeta do Sistema Solar, está a aproximadamente 70 milhões de quilômetros daqui. Ele está sozinho, com comida para uns 400 dias usando uma máquina para reaproveitar água e outra para oxigenar o ar que podem parar a qualquer momento. Um detalhe assim, bem insignificante, é que a missão de resgate deve chegar só daí uns... 4 anos!

Felizmente, Watney usa o humor (e não o suicídio) para expressar seu desespero e planeja, calcula executa, xinga e quase morre várias vezes lutando para sobreviver até o resgate chegar. A princípio sua preocupação era a comida e ele, magnificamente, faz uma pequena plantação de batata usando as próprias fezes como abudo. Eca! Mas viver dependia daquilo.

Como ele depende da matemática, da química e da biologia em tudo, uma boa parte da leitura é explicando seus procedimentos para fazer as batatas germinarem, para calcular rotas, para separar hidrazina, para produzir água... e ao contrário do que eu esperava, mesmo tendo entendido pouco do que ele explicou, a leitura não é chata nem cansativa. Pelo contrário, é um livro super gostoso de se ler porque, como já disse, Mark é muito divertido e te distrai mesmo quando está explicando como reconectar as válvulas e porque o Hab quase explodiu e como ele queimou seu único meio de comunicação com a Terra, a Pathfinder.

O livro é dividido entre as partes do diário escrito pelo Mark e o que acontece aqui na Terra para tentar salvá-lo. Ele usa a posição de uma lua de Marte, Fobos, para se orientar durante as viagens porque não dispõe de sistemas de navegação. Os dias de Mark são contados em sóis, ele é deixado em Marte em Sol 6 e resgatado em Sol 549, foram 543 sóis em Marte, o que corresponde a um ano e meio comendo batatas, fazendo as necessidades fisiológicas em sacos plásticos, assistindo a seriados dos anos 1970, ouvindo disco music, lendo Agatha Christie e tentando não se matar.

"Bem, fiz merda.
Em algum momento, ia acontecer." Pág. 267

Não assisti ao filme ainda e nem sei se assistirei pois as adaptações decepcionam os leitores. Julgando pelo livro indico com firmeza a leitura: é ótimo!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Perfil: Meg Cabot

Meg Cabot nasceu no dia 1º de fevereiro de 1967, sob o signo astrológico chinês do Cavalo do Fogo, notoriamente um signo azarado. Por sorte, ela cresceu em Bloomington, Indiana, onde muito poucas pessoas tinham consciência do estigma de ser um cavalo do fogo - pelo menos até Meg alcançar a adolescência, quando ela repetiu em Álgebra duas vezes no primeiro ano e decidiu cortar sua própria franjinha. 

Seis anos depois de se formar na universidade de Indiana (onde ela só entrou porque seu pai era professor de lá), Meg se mudou para Nova York bem no meio de uma greve dos funcionários da limpeza pública. Ela tentou seguir a carreira de ilustradora, mas isso não deu certo em absoluto, forçando-a a se voltar para o seu hobby favorito - escrever - para buscar alívio emocional. Ela passou por vários trabalhos para poder pagar o aluguel, incluindo dez anos de administração de um dormitório de 700 calouros na Universidade de Nova York, posição da qual Meg de vez em quando sente saudades.

Ela é autora de mais de quarenta livros para jovens e adultos, muitos dos quais se tornaram best sellers, com destaque para a série "O Diário da Princesa", que foi publicado em diversos países, vendeu milhões de exemplares por todo o mundo e deu origem a dois filmes da Disney que foram sucessos de bilheteria. Meg também é autora da série "A Mediadora", dos livros "A Garota Americana", "Ídolo Teen", "Avalon High", vários livros históricos sob um pseudônimo que ela ainda espera que sua avó nunca descubra, uma série de livros inteiramente no formato de emails ("Garoto Encontra Garota", "O Garoto da Casa ao Lado" e "Todo Garoto Tem"), um livro de mistério ("Tamanho 42 Não é Gorda) e o chick-lit "A Rainha da Fofoca", sobre uma jovem que fala demais, o que é um traço de personalidade que não se aplica à Meg em absoluto. 

Meg hoje divide seu tempo entre Nova York e Key West, com uma gata principal (Henrietta, de um olho só), vários gatos de back-up, e seu marido, que não sabe que se casou com alguém cujo signo é cavalo do fogo. Por favor, não conte a ele.

Conheça os títulos disponíveis da Meg na nossa biblioteca:
  • Abandono (resenha da semana passada - leia AQUI)
  • O livro das princesas
  • Coleção: A mediadora ( com 06 livros)
  • Melhores amigas para sempre?
  • Como ser popular
  • Coleção: O Diário da princesa ( com10 livros)
  • Formaturas infernais
  • Avalon High e Avalon High: a coroação
  • Ídolo teen
  • Coleção: As leis de Allie Finkle para meninas
  • Mordida e Insaciável
  •  Liberte meu coração
  • O livro das princesas
Leia todos!

quinta-feira, 5 de maio de 2016

3 dicas de leitura para o Dia das Mães

O Dia das Mães se aproxima e temos algumas indicações de livros para esta data:

  • Quem é ela? - Autor: Eliane Pimenta - Editora: Brinque-Book
 Esta é uma indicação de leitura para os pequenos, ou para ler com eles.
Uma criança pergunta à outra se ela consegue ver " É aquela com juba de leão. Fica assim sempre que alguns seres pequeninos fazem pirraça." E outras assimilações muito criativas.
A família pode fazer uma brincadeira em que um único adulto faz a leitura para os outros que devem ouvir as descrições do menino e fazer o desenho para tentar descobrir sobre o que ou quem a história fala.
  •  A vida na porta da geladeira - Autor: Alice Kuipers - Editora: WMF Martins Fontes
     É um livro muito tocante, sensível e de fácil leitura. Indico para os jovens adolescentes e também para as mães, para que percebam que se algo está acima da sua família, que você deve rever as prioridades. 
     Claire, de 15 anos, e sua mãe têm uma rotina muito atribulada. Nos raros momentos em que a mãe está em casa (ela é obstetra), a filha está na escola, com amigos ou com o namorado. Resultado: as duas quase não se veem e se comunicam deixando recados na porta da geladeira. Esses recados vão desde cobranças banais [Oi, MÃE! (Que eu NUNCA MAIS vi!)] até revelações tocantes e contundentes por parte de mãe e filha durante o penoso tratamento do câncer de mama da mãe, num ano que se revelará decisivo para as duas.
Leia nosso post especial sobre este livro: clicando aqui.

  •  A menina de vidro - Autor: Jodi Picoult - Editora: Verus
     Este é certamente um dos livros mais polêmicos que li. Como mãe, não consigo me imaginar em situação parecida: dizer que preferia ter abortado o filho que tanto amo.
    Até onde você iria para garantir o futuro de um filho? Quando Willow nasce com osteogênese imperfeita, uma doença grave que a faz ter ossos extremamente frágeis, seus pais, Charlotte e Sean, ficam arrasados - a menina vai sofrer centenas de fraturas ao longo de sua existência e ter uma vida de dor. Depois de anos de cuidados constantes com Willow, sua família está à beira da falência. Até que uma dupla de advogados oferece a Charlotte uma oportunidade de salvação: processar sua obstetra por nascimento indevido - ou seja, por não ter diagnosticado a doença de Willow cedo o bastante para que sua mãe pudesse optar por um aborto. A indenização pode assegurar a Willow um futuro tranquilo, mas para consegui-la Charlotte tem que processar a dra. Piper Reece, sua obstetra e melhor amiga - e afirmar perante o júri que gostaria que sua filha nunca tivesse nascido... 
Um livro fácil de ler, porém muito sensível e talvez um jovem não tenha a maturidade necessária para se colocar no drama da mãe. Assim, sugiro que seja lido pelo adulto, mas nada impede que um jovem leia. Acesse nosso post especial sobre este livro: clicando aqui.

Escolha seu livro e boa leitura!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Resenha: Abandono

"Alguns dias atrás, se tivessem me contado sobre uma menina que teve de ir morar com um cara em seu palácio no Mundo Inferior durante seis meses, eu teria gargalhado. Você acha que Perséfone ficou em apuros? Vou dizer quem  está em apuros: eu. Bem maiores do que os dela." Pág. 06

Ficha catalográfica
Título: Abandono
Autor: Meg Cabot
Trilogia: Abandono, livro 01
Editora: Galera Record
Páginas: 304
Sou fã da Meg, apaixonada pelas histórias dela, principalmente, pela série A Mediadora. Comecei a ler Abandono na expectativa de ser uma narrativa semelhante A Mediadora. Que houvesse uma personagem jovem, um pouco arrogante e engraçada, que ela se apaixonasse por um ser de outro mundo e que vivessem páginas de aventura e suspiros. Bom, eu errei. E errei FEIO!

"Cuide-se antes de se detonar." Pág 273

Como de costume, não li a orelha nem a contra-capa do livro então não sabia do enredo. Na primeira página, Pierce Oliviera, nossa protagonista, nos conta o mito da Perséfone. Resumindo o mito, Hades é o Deus da Morte e ele sai do Mundo Inferior e sequestra Perséfone, levando-a para seu mundo. Se você quiser saber mais detalhes, clique AQUI

Pierce tinha 15 anos quando bateu a cabeça e caiu em uma piscina. Sofreu hiportemia e passou pela EQM (Experiência de Quase Morte). Nos minutos em que passou morta, Pierce conhece John, um governante do Mundo Inferior. Na verdade, eles se conheceram antes, quando Pierce tinha apenas 7 anos, no funeral de seu avô. Mas é agora que John lhe entrega um colar conhecido como o Diamante de Perséfone, uma espécie de amuleto, que muda de cor sempre que Pierce está em perigo.


" Nunca tinha visto uma coisa tão linda. A pedra tinha cor de nuvens com chuva... cinza nas postas e tão azul no meio que ficava preta." Pág. 62

" Foi por isso que lhe dei o colar. Ele vai lhe avisar se alguma das Fúrias estiver por perto." Pág. 69

Depois de um "incidente" na antiga escola e da morte de sua ex-melhor amiga Hannah, Pierce muda-se com a mãe para uma ilha na Flórida chamada Isla Huesos. O lugar parece paradisíaco mas na verdade lá uma passagem para o Mundo Inferior governado por John.

A narrativa vai e volta no tempo, divagando nos pensamentos de Pierce - ela é a narradora -o que eu acho muito legal porque no meio de uma conversa você começa a ler um pensamento dela. Mas não há indicação de que é um pensamento: não há aspas, nem escrito em itálico, nem salta uma linha. Simplesmente está ali, incrustado no diálogo seus pensamentos, que revelam pouco a pouco os detalhes do acidente (de quase morte) e do incidente (ligado a Hannah e ao professor Mueller). Particularmente, gosto de narrativas assim, esta forma de escrever nos deixa mais próximo do personagem, como se estivéssemos ali, no subconsciente dele.

No início de cada capítulo, lemos um trecho do livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri (disponível na nossa biblio para empréstimos). Dante, o personagem da história, narra, em forma de poema, uma odisséia pelo Inferno, pelo Purgatório e pelo Paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Nessa viagem é guiado, no Inferno e no Purgatório, pelo poeta Virgílio, e no Céu por Beatriz, musa do autor em várias de suas obras. As citações foram muito bem escolhidas, não só por anteciparem o conteúdo do capítulo mas também pela ligação das duas histórias: Inferno, Paraíso, Mundo Inferior...


John foi um personagem difícil de imaginar. Pierce o descreve de várias formas, exceto pelo fato de sempre usar roupas pretas e defini-lo como alto, bem alto. Quase sempre sua voz é forte como a de um trovão. Você consegue imaginar a frase a seguir com a entonação descrita?


"- Você está bem? - perguntou com uma voz mais assustadora do que o trovão que ecoou na caverna, uma voz mais alta e mais autoritária." Pág. 48


Como é que você pergunta a alguém se está bem com uma voz de trovão?

"- Combina com você - disse ele com a voz de trovão de novo. Tossiu para limpar a garganta. - Pensei nele assim que a vi lá embaixo. Só que nunca pensei... Bem, nunca pensei que você fosse mesmo você, ou que gostaria de vir aqui comigo." Pág. 62

 E como se faz um elogio com esta mesma voz? Difícil imaginar. Ele me parece... sei... lá... perturbado. Como se quisesse agir de uma forma mas conseguisse sair da moldura que tem.

"Ele era fogo, e eu inflamável." Pág. 25

A história é verdadeiramente um suspense. Não há partes engraçadas nem muito românticas, na verdade, o primeiro beijo só acontece a 45 páginas do final do livro! Mas tenha certeza que a ausência de romantismo não faz falta. A história é muito envolvente e sombria. Talvez aqueles que gostam de mitologia critiquem, mas é importante lembrar que John Hayden não é Hades, nem Pierce, Perséfone, apesar da semelhança dos nomes.

"Ele me beijou.
(...)
Senti como se a Via Láctea, acima de nossas cabeças como um jarro celestial, tivesse virado, jorrando sóis e planetas dentro da minha garganta. Parecia haver estrelas saindo dos meus dedos das mãos e dos pés e das pontas dos meus cabelos." Pág. 255


Na Nota do Autor, temos algumas explicações sobre como Meg se inspirou para escrever a trilogia, o que me poupou das pesquisas sobre se Isla Huesos existe, por exemplo.

Fiquei com muita vontade de ler os outros livros, Inferno e Despertar, mas terei que esperar porque eles ainda não estão disponíveis na nossa biblio :(  Minha curiosidade sobre como Pierce retornará do Mundo Inferior permanecerá por mais algum tempo e a sua se inicia: boa leitura!

"Aonde poderíamos chegar? Ele era um deus da morte. Eu era uma estudante.
Aquilo nunca ia dar certo.
(...)
Deu um passo à frente, passou um dos braços pela minha cintura, puxou-me para perto dele e me beijou de novo." Pág. 257 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Resenha: Abafa! Fofocas blogásticas de Sofia



Ficha catalográfica
Título: Abafa! Fofocas blogásticas de Sofia
Autor: Rose Cooper
Coleção: Abafa, livro 01
Editora: V&R
Ano: 2012
Páginas: 208
Esta é mais uma postagem especial para meus, aliás, minhas leitoras do 6º ano.
Uma febre de leitura pelos livros escritos em forma de diário está tomando conta dos alunos desta idade: Diário de um Banana, Diário de uma garota nada popular, O diário da Princesa... Eu ainda não havia lido estes livros, não porque não estivesse interessada, mas porque eles estavam sempre emprestados e com listas de espera enormes! Minha oportunidade: as aquisições de Janeiro! Este livro é o primeiro de uma trilogia e todos já estão disponíveis para empréstimo.

Em Abafa! Fofocas blogásticas de Sofia de autoria de Rose Cooper, Sofia Becker está no 6º ano. Tem uma apelido "carinhoso" de Arrotofia, dado pelo carinha de quem ela está a fim. Escreve um blog no site da escola Middlebrooke chamado Melhor Blog do Mundo, mas o blog não é exatamente o melhor do mundo,  na verdade nem chega a ser  o melhor da escola. Ela escreve as fofocas que ouve, principalmente, no banheiro feminino e assina como Blogueira Blogástica.

"...meu blog anda meio caído ultimamente, e o número de acessos está baixando. O único jeito de deixar meu blog mais popular é  postar fofocas fresquinhas como essa." Pág.15

O livro é o caderno onde ela faz as anotações do pré-post que se misturam com as anotações em forma de diário. Ela fala não só da fofoca em si, mas da história completa, como ela soube, o que é verdade, o que ela pensa a respeito... Os capítulos são numerados pelos dias da semana e do mês, como em um diário mesmo e o detalhe do desenho na parte interna da páginas, simulando a encadernação em aspiral, com arame é bem bacana.


Para mim, um livro médio. Achei ele regular mas acredito que minhas alunas irão gostar. Ainda não conheço bem as alunas do 6º ano/2016, mas algumas do ano passado eram blogueiras que, assim como Sofia, buscavam a popularidade.

"...talvez eu venha a ser a próxima Celebridade Blogueira dos famosos. Tirando a parte da celebridade. E dos famosos." Pág. 16
O blog até sobe alguns degraus na popularidade mas como ela usa um pseudônimo, pensam que outra aluna é a responsável por ele. E esta aluna, é claro, tira proveito dos 5 minutos de fama. 

O que gostei na história foram as passagens cômicas, Sofia consegue ser bem engraçada em várias partes.

"O QUÊ! Andrew está a fim da Mia St. Calire?
Foi então que eu parei de ouvir, porque naquele exato momento meu coração foi tragicamente arrancado do meu peito, atirado no chão e pisoteado por mil elefantes, e depois estilhaçado em um milhão de pedacinhos." Pág. 11
 (Ah... quantas de vocês já vi neste drama...)

"...eu simplesmente vou morrer se ele declarar que está a fim dela num estilo metido a poético. Tão clichê e sem graça. A não ser que fosse pra mim." Pág.31
( ...e nesta dor de cotovelo...)

E também das ilustrações. Sofia faz desenhos no caderno para enriquecer seu texto e penso que, se ela postasse seus desenhos e escrevesse sobre suas trapalhadas, seu blog seria bem mais visitado.

 Ah! E foi graças a este livro que descobri o que significa GMAM: Garoto mais asqueroso do mundo. kkk, quanta imaginação!

Boa leitura!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Perfil: Rose Cooper

Rose Cooper passou sua adolescência em torno de cadáveres , cemitérios e necrotérios . 


Dá pra acreditar que esta carinha angelical já esteve tão próxima de um cenário fúnebre???

Seu padrasto era um agente funerário, o que significava ser pego na escola em um carro fúnebre e quase morrendo de vergonha, várias vezes. Como se isso não pudesse ficar pior, o cemitério estava em seu quintal, ela estava a uma curta distância da casa mortuária e pegou carona na traseira de uma van com (surpresa! ) um corpo! Ah, e sua mãe fazia o cabelo e a maquiagem dos cadáveres. Isto certamente renderia um livro divertido e assustador. Bem, e foi isso o que aconteceu. Seu livro da série Dead Serious (lançado em 2014 nos EUA), é baseado em suas experiências. (Fonte: http://rosecooperwriter.blogspot.com.br/ )

Autora e ilustradora de livros infantis, artista autodidata, já expôs seus trabalhos em várias mostras e galerias.

Segundo ela, escrever para o público infantil é a desculpa perfeita para estar sempre em contato com seus filhos e se sentir uma eterna criança.

Aqui no Brasil, Abafa! é mais um dos livros em forma de diário que fazem sucesso. Aliás, na próxima semana você poderá ler aqui a resenha dele.

Rose mora nos Estados Unidos, na cidade de Sacramento com seu marido e seus três filhos.

terça-feira, 29 de março de 2016

101 maneiras infalíveis de dizer Eu Te Amo

Ficha catalográfica
 
Título: 101 maneiras infalíveis de dizer eu te amo
Autor: Bonalletra Alcompàs
Editora: Leya
Ano: 2015

Ohhh, que fofura!
 
1001 maneiras infalíveis de dizer Eu Te Amo é uma obra de Bonalletra Alcompàs para aqueles que não consideram as declarações de amor um ato cafona.
 
"Amor eterno
 
O sol pode nublar-se eternamente;
e o mar todo secar de repente;
a Terra pode sair do eixo
como se feita de frágil cristal.
 
Tudo pode acontecer! Pode até a morte
cobrir-me com seu fúnebre manto;
mas jamais em mim poderá se apagar
a chama desse amor que prezo tanto.
 
Gustavo Adolfo Bécquer" Mensagem 86
 
O livro traz, obviamente, 101 declarações das mais variadas formas: poemas, imagens,  para internautas, para românicos clássicos...
 
Os textos mais originais são os que fazem uso de termos tecnológicos, mas sem dúvida os que mais gostei são os que se identificam comigo e com meu par S2.  Até fiquei inspirada a produzir cartõezinhos românticos após a leitura. Aliás, no fim do livro, encontramos justamente este recado de encorajamento com modelos de cartões.
 
Selecionei alguns trechos:
 
"Com você o amor é como a fotografia: sempre destaca o lado mais luminoso das coisas." Mensagem 22
 
"Seus beijos são como uma caixa de bombons, nunca se sabe qual é o mais gostoso." Mensagem 28
 
"O primeiro beijo foi mágico, o segundo foi íntimo e, no terceiro, fiquei viciado." Mensagem 54
 
"No dia em que você não arder de amor, morrerei de frio.         Frase de François Mauriac" Mensagem 77
 
"Nosso amor trafega seguro por uma via expressa e sem pedágios. Boa viagem!" Mensagem 81
 
"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.          Dalai Lama" Mensagem 97
 
Não deixe de ler!

terça-feira, 22 de março de 2016

Coelho + Ovo + Chocolate = Páscoa Como???


 
Enquanto o Natal é celebrado todos os anos no dia 25 de dezembro, considerada a data de nascimento de Jesus Cristo, a Páscoa não tem uma data fixa porque segue o calendário lunar. Ela é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono. O Outono começa em 20 de Março e a primeira lua cheia neste mês em 2016 será no dia 23, portanto, o próximo domingo após este dia será o 25, dia em que a Páscoa será celebrada.


A maior celebração cristã (junto com o Natal, claro) tem sua origem na festa judaica do Pessach - que significa "passagem" em hebraico, uma referência à saída dos judeus do Egito e sua libertação da escravidão, com a chegada à terra prometida sob a liderança de Moisés.


Durante a festa judaica, o ovo - um dos únicos alimentos que não perde a forma depois de cozido - é utilizado como símbolo do povo de Israel. Em determinado momento, o chefe de família se levanta e diz: "O povo de Israel é como esse ovo, que, quanto mais cozido na dor e no sofrimento, mais preserva sua unidade e sua identidade". (Evidentemente, naquela época o ovo ainda não era de chocolate.) A comemoração foi adaptada pelo cristianismo para relembrar a ressurreição de Cristo, que também representa a renovação da vida. 
 

Nas culturas pagãs, o ovo era dado de presente aos amigos como desejo de boa sorte. Os chineses começaram a tradição de pintar ovos de galinha. O costume foi absorvido pelos  cristãos primitivos do oriente, que passaram a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição. 
 

A tradição do Coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães do século XVIII. Os pais contavam às crianças que o coelho é quem trazia os ovos. A explicação dada por lá é de que havia uma lenda que dizia que uma mulher muito pobre pintou alguns ovos e escondeu para entregar aos filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Elas disseram que foi o coelho que tinha trazido os ovos e essa ideia se espalhou pelo país. 
 

Conta-se também que Simão, o cireneu que ajudou Cristo a carregar a cruz até o Calvário, era vendedor de ovos. Depois da crucificação os ovos teriam ficado coloridos.


O professor de Teologia da PUC Érico João Hammes afirma que com o passar do tempo os ovos de aves, principalmente da galinha, começaram a ser substituídos por ovos feitos por açúcar. ‘Há 60 anos o chocolate era muito raro, especialmente para as classes mais pobres. Então era comum um ovo feito só de açúcar para marcar a alegria da festa.” A tradição dos ovos de chocolate começou na França e, a partir do século XIX, os ovos doces tomaram conta da comemoração.



Fontes:




quarta-feira, 16 de março de 2016

Resenha: Princesa Adormecida

" (...) deitei abraçada ao meu telefone e fechei os olhos. Quem dera eu pudesse adormecer por 15 dias... Assim eles passariam muito mais depressa." Pág. 101


Ficha catalográfica
 
Título: Princesa Adormecida
Autor: Paula Pimenta 
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 192
 
Princesa Adormecida é um livro da escritora mineira Paula Pimenta.

Este foi o primeiro livro que li da autora. Não porque não tivesse interesse, acontece que, os livros dela estão entre os mais solicitados na nossa biblioteca e a oportunidade que tive foi quando recebemos este durante as férias para compor o acervo de 2016.

Princesa Adormecida é um conto de fadas moderno. Como assim? Lembra-se da história infantil A Bela Adormecida? Este é o seu reconto vivido no século XXI. O mesmo acontece com o outro livro da autora, Cinderela Pop que é mencionado neste na página 40: "O Fredy Prince era um cantor superfamoso, o queridinho de todas as adolescentes, e de repente se apaixonou por uma DJ que perdeu um sapato em uma festa em que a banda dele tocou. O caso havia sido amplamente divulgado na internet, nas revistas e até na TV"

Pelo trecho acima já dá para entender o que é um conto de fadas moderno: a história se repete mas com os elementos atuais. Farei um resumo da história original e depois usar este mesmo resumo com os personagens de Princesa Adormecida.

Original:
Filha do Rei Stephen, Aurora, foi amaldiçoada pela Fada Má, Malévola, no dia de seu batizado, a perder a vida até os 16 anos furando o dedo em uma agulha. Temerosos, os pais entregam Aurora à três fadas( Fauna, Flora e Primavera) que a criam na floresta e dão-lhe um novo nome: Rosa. No dia do seu aniversário, Rosa espeta o dedo e cai em um sono profundo. As fadas colocam-na em um torre onde permanece até que o Príncipe Phillip a acorda Rosa com um beijo de amor verdadeiro.

Princesa Adormecida:
Filha do Príncipe Stefan, Aurea, foi  sequestrada pela amiga de sua mãe que era apaixonada por Stefan, Marie Malleville,  no dia de seu batizado e a ameaçou de perder a vida até os 18 anos. Temerosos, os pais entregam Aurora aos tios Fausto, Florêncio e Petrônio que a criam no Brasil e dão-lhe um novo nome: Ana Rosa. No dia do seu aniversário de 16 anos, Ana Rosa é picada (por abelhas) e entra em coma por alguns dias. O Príncipe desta história é Phil e Rosa espera por seu beijo de amor verdadeiro.

"Arranquei o adesivo com a unha e, para tentar rasgar o papelão, enfiei o dedo pela pequena fresta. Foi então que eu o espetei em algo.
Imediatamente uma dor irradiou por toda a minha mão.

Tropecei e caí.

Eu ainda tive tempo de perceber que a voz era de um garoto, que vinha correndo. Um garoto bonito.

Foi aí que o veneno das abelhas fez efeito, e eu não vi mais nada.
Até muitos dias depois..." Pág.113 e 114

O livro é dividido em duas partes e cada uma delas em capítulos. O trecho acima é o final da primeira parte.

O reino de Princesa Adormecida é Liechtenstein, um minúsculo país europeu com apenas 160 Km² que está entranhada nos Alpes. Sua capital, assim como menciona o livro, é Vaduz. (Fonte: http://www.imagensviagens.com/liechtenstein.htm) Acho interessante mencionar porque tenho esta mania de procurar pelos lugares, músicas e livros mencionados nas histórias para saber se existem de fato ou se são criação do autor.

Não havia escutado comentários sobre este livro, então, não criei expectativas. A leitura começou devagar, não tive muito entusiasmo, achei a história lenta. Depois, lá pela página 100, animei. Só para constar, o livro tem 189 páginas. Não sejam influenciados pela minha opinião até esta parte da leitura, principalmente, se você for adolescente ou muito romântico. O livro é beeem romântico do jeito que as jovens apaixonadas gostam, não é a toa que são conhecidos como "livros cor-de-rosa". E no fim, eu gostei do livro, é fofo, doce... O finalzinho então, a forma como o destino une o casal, como as histórias se cruzam, afastam e reencontram é muito bacana.

 "Depois da primeira noite, ouvir aquela voz se tornou essencial. Era como se meu dia só ficasse completo assim; acho que eu poderia viver sem ar, mas não sem ouvi-lo dizer meu nome!" Pág. 88

Há muitas passagens assim e sei que muitas garotas irão suspirar e sonhar trocar mensagens como estas. Ana Rosa e Phil se comunicam, acredito, que por algum aplicativo semelhante ao Whatsapp. As conversas são representadas, inclusive, por balões, cada uma de um lado da página, assim como aparece no celular. Se você prestar atenção, na foto da capa, Ana está segurando um telefone.





A leitura é super fácil, o que não poderia deixar de ser, pois o livro é para o público jovem e não basta uma história atual mas também um texto que se identifique. E sobre isto, ainda é preciso acrescentar que, nossas princesas do século XXI são dramáticas e sofrem constantemente pelo "grande amor da minha vida". Nossa personagem também é, e mais uma vez, alguns de vocês serão solidários a Ana Rosa dizendo que sabem o ela está sentindo.

"Agora eu sabia o que era se apaixonar e também sofrer uma desilusão.
(...)
A última mensagem havia sido aquela, avisando que ele tinha chegado a algum lugar que eu nem imaginava qual. Eu supunha que fosse longe, porque ele tinha levado meu coração na  bagagem e, por mais que eu tentasse puxar, estava demorando pra conseguir trazê-lo de volta para o peito." Pág. 112

 Boa leitura!



quinta-feira, 10 de março de 2016

Perfil: Paula Pimenta

Paula Pimenta nasceu aqui em Belo Horizonte, onde ainda mora.
Desde criança apresentou aptidão para a escrita e por esse motivo prestou vestibular para Jornalismo, embora tenha se transferido para Publicidade após dois anos, curso no qual se formou pela PUC Minas. Após a faculdade, morou em Londres, onde estudou Escrita Criativa e escreveu seu primeiro romance, Fazendo meu filme. No Brasil, trabalhou com marketing e como professora de música, até se tornar escritora em tempo integral.
Ela também compõe e canta! Você pode ouvir suas músicas no site dela: http://www.paulapimenta.com.br/
Seu primeiro livro, a coletânea de poemas Confissão, foi lançado em 2001, com edição bancada pelo seu pai, mas o sucesso veio apenas em 2008, quando a divulgação boca-a-boca entre os fãs transformou o romance adolescente Fazendo meu filme num best-seller. As aventuras da jovem Estefânia Castelino Belluz, a Fani, personagem principal do livro, ganhou três sequências. Juntos, os quatro livros já venderam 500 mil exemplares. A série também já foi publicada na Espanha, em Portugal e toda a América Latina, e ganhou uma versão em quadrinhos, que já conta com dois volumes.
Paula foi escolhida pela revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes em 2012 e em 2014 foi a autora que mais vendeu livros no Brasil, segundo o ranking da PublishNews.
O número de vendas das suas obras até setembro de 2015 ultrapassa a marca de 980 mil exemplares.
Conheça suas obras (com *** disponíveis na nossa biblioteca):
  • Fazendo meu filme 1: A estreia de Fani ***
  • Fazendo meu filme 2: Fani na terra da Rainha*** 
  • Fazendo meu filme 3: O roteiro inesperado de Fani***
  • Fazendo meu filme 4: Fani em busca do final feliz***
  • Fazendo meu filme em Quadrinhos 1: Antes do filme começar
  • Fazendo meu filme em Quadrinhos 2: Azar no jogo, sorte no amor
  • Minha vida fora de série: 1ª temporada ***
  • Minha vida fora de série: 2ª temporada ***
  • Minha vida fora de série: 3ª temporada
  • Confissões ***
  • Apaixonada por palavras ***
  • Apaixonada por histórias
  • Princesa adormecida ***  ( resenha da próxima semana)
  • Acaba não, mundo
  • O livro das princesas ***
  • Um ano inesquecível
  • Cinderela Pop

Fonte: http://grupoautentica.com.br/gutenberg/autor/paula-pimenta/1016

quarta-feira, 2 de março de 2016

Resenha: Enders

Enders é a continuação de Starters (leia a resenha AQUI). Esperei 3 anos para ler a continuação! Aff... ninguém merece! A demora para prosseguir a leitura? Primeiro, porque a editora Novo Conceito levou cerca de um ano para lançar o segundo livro, estava mais parecendo a segunda parte de um filme do que de um livro, pela demora. Segundo, porque quando ele foi lançado, foi um BUM pela busca e a escola não conseguia realizar a compra e em terceiro, algumas complicações financeiras para concluir a compra. O fato é que quando Enders finalmente chegou nas minhas mãos, eu pouco lembrava de Starters.
 
No início de Enders, ao contrário de outras continuações que sempre voltam na história do livro anterior, pouco ele se remete e nas primeiras páginas fiquei lendo e tentando lembrar quem era aquele personagem porque só me lembrava dos principais: Callie, Tyler e Michael. Tive que ficar puxando pela memória para me situar e como li durante as férias, não estava com Starters por perto para ajudar.
 
Starters termina com Velho na mente de Callie e Enders continua daquele ponto, com um breve avanço no tempo. Nos primeiros capítulos descobrimos Velho tem um filho. Ãhh?! Pois é, o nome dele é Hyden e logo se torna amigo de Callie. Hyden ajuda Callie a fugir do Velho, que está reunindo Metais para continuar com as transações da Prime. Metais. Este é o nome dado para aqueles que receberam o chip para transposição de corpos. Foi aí que entendi a cor da capa de Starters. Lembram que na resenha anterior eu disse que durante a leitura do primeiro livro não consegui descobrir a ligação da cor com a história? É isto.
 
Falando de capas, Enders segue o padrão da capa de Startes porém na cor azul. Outro detalhe é que no primeiro apenas um olho é colorido e no segundo, cada olho é de uma cor. Por que? Porque em Enders nos é revelado que existe a transposição reversa. Significa que o chip de Callie possibilita não só que ela seja controlada pelo inquilino e permaneça consciente, mas que ela também pode controla-lo.
 
“- Quer dizer que... você sentiu pena de mim? 
- Não. – Os olhos dele encontraram os meus. – Eu me apaixonei por você.” Pág. 257 
 
Aqui o romance, ainda desnecessário, continua e com aquela confusão: no início parece que ela vai continuar com Blake mas ele tão rapidamente aparece, quanto some. Então pensei que ela ficaria com Michael. Mas surge Hyden e fica um flerte pra lá e pra cá. Ai fracamente... Assim como em Starters, a ficção é bem mais interessante que este romancezinho.
 
Senti falta da participação de Tyler. Os irmãos mais novos são sempre fofíssimos e quase sempre o motivo de nossas protagonistas entrarem em ação. No entanto, são tão pouco explorados... As poucas passagens de Tyler mostraram que ele é uma criança doce e brincalhona. Ele deveria ter mais espaço na história, parece ser mais agradável que a irmã.

Os capítulos finais nos aguardam com uma surpresa. Eu já imaginava uma revelação do tipo porque Velho diz "Não confie em ninguém além de você mesma. E, em seguida questione essa confiança." Mas o que aconteceu não foi exatamente o que pensei que seria, na verdade passou longe. O que é ótimo porque alguns livros tem as reviravoltas bem previsíveis e esta não foi. Não para mim.
 
 
Alguns leitores sentem falta da explicação da Guerra de Esporos. Se você é um deles, pode ler os contos que completam a história:
  • Retrato de uma Starter: uma descoberta
  • Retrato de uma Doadora: a história de um Starter
  • Retrato de um Esporo
  • Retrato de um Inspetor
Na nossa biblio você encontra Starters e Enders disponíveis.
 
Boa leitura!