segunda-feira, 20 de junho de 2016

Resenha: Perdido em Marte

"Então, esta é a situação: estou perdido em Marte. Não tenho como me comunicar com a Hermes nem com a Terra. todos acham que estou morto. Estou em um Hab projetado para durar 31 dias.
Seo o oxigenador quebrar, vou sufocar. Se o Hab se romper, vou explodir. Se nada disso acontecer, vou ficar sem alimento e acabar morrendo de fome.
Então, é isso mesmo. Estou ferrado" Pág. 14

Ficha catalográfica
Título: Perdido em Marte
Autor: Andy Weir
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Páginas: 335

Mark Watney é botânico, engenheiro mecânico, astronauta E um homem ferrado! Sim. Não me importo de usar este vocabulário tão baixo porque é desta forma que ele se descreve, várias vezes, no livro. Durante uma forte tempestade de areia, sofre um acidente à caminho do VAM (Veículo de  Ascenção de Marte)e é deixado para trás. Por sorte do marcianos (ou não) ele sobrevive mas tem tantos problemas que talvez a morte fosse o mais fácil. mas ao contrário dos meus pensamentos desanimadores, Mark tem um espírito de sobrevivência gigante e um humor mais incrível ainda. Eu, certamente teria sentado e chorado até me afogar em lágrimas dentro do traje espacial ou me lançado ao espaço.

"Estou fodido e vou morrer!" Pág. 39

Exagerada? Bom, coloque-se no lugar dele! Mark está em Marte e se você não é muito bom em geografia, vou te dizer onde Marte está: Marte é o 4º planeta do Sistema Solar, está a aproximadamente 70 milhões de quilômetros daqui. Ele está sozinho, com comida para uns 400 dias usando uma máquina para reaproveitar água e outra para oxigenar o ar que podem parar a qualquer momento. Um detalhe assim, bem insignificante, é que a missão de resgate deve chegar só daí uns... 4 anos!

Felizmente, Watney usa o humor (e não o suicídio) para expressar seu desespero e planeja, calcula executa, xinga e quase morre várias vezes lutando para sobreviver até o resgate chegar. A princípio sua preocupação era a comida e ele, magnificamente, faz uma pequena plantação de batata usando as próprias fezes como abudo. Eca! Mas viver dependia daquilo.

Como ele depende da matemática, da química e da biologia em tudo, uma boa parte da leitura é explicando seus procedimentos para fazer as batatas germinarem, para calcular rotas, para separar hidrazina, para produzir água... e ao contrário do que eu esperava, mesmo tendo entendido pouco do que ele explicou, a leitura não é chata nem cansativa. Pelo contrário, é um livro super gostoso de se ler porque, como já disse, Mark é muito divertido e te distrai mesmo quando está explicando como reconectar as válvulas e porque o Hab quase explodiu e como ele queimou seu único meio de comunicação com a Terra, a Pathfinder.

O livro é dividido entre as partes do diário escrito pelo Mark e o que acontece aqui na Terra para tentar salvá-lo. Ele usa a posição de uma lua de Marte, Fobos, para se orientar durante as viagens porque não dispõe de sistemas de navegação. Os dias de Mark são contados em sóis, ele é deixado em Marte em Sol 6 e resgatado em Sol 549, foram 543 sóis em Marte, o que corresponde a um ano e meio comendo batatas, fazendo as necessidades fisiológicas em sacos plásticos, assistindo a seriados dos anos 1970, ouvindo disco music, lendo Agatha Christie e tentando não se matar.

"Bem, fiz merda.
Em algum momento, ia acontecer." Pág. 267

Não assisti ao filme ainda e nem sei se assistirei pois as adaptações decepcionam os leitores. Julgando pelo livro indico com firmeza a leitura: é ótimo!

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