quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Virada Cultural de Belo Horizonte 2014

A produção da Virada Cultural de Belo Horizonte divulgou a programação do evento que será realizado entre os dias 30 e 31 de agosto. 
Dezenas de atrações vão se apresentar em diversos espaços da Capital mineira. 
O cantor Diogo Nogueira abre a jornada com um show na praça da Estação.
Tem também uma programação voltada só para o público infantil.

Você pode ver a programação completa AQUI ou AQUI.
 
Vale a pena conferir!

As Auxiliares.



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Resenha da trilogia Delírio

"É o mais mortal entre todos os males: você pode morrer de amor ou da falta dele." Página 9.


Delírio foi a primeira distopia que li (se você não sabe o que é distopia leia nosso post AQUI). O livro me chamou atenção primeiro pela capa que é linda e depois pelo que li na sinopse. Como sou uma mulher assumidamente apaixonada pela família, pelos amigos, pela profissão, pela vida, achei muito louca a ideia do livro de tratar o amor como uma doença. Mais do que isso, de definirem sintomas, profilaxia, tratamento e tudo o mais. Fiquei muito atraída e devorei as páginas.

Para quem ainda não conhece, segue a sinopse:
Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?.

A personagem principal, Lena tem um histórico familiar nada invejável de pessoas contaminadas pelo amor deliria nervosa. Sua mãe foi forçada a passar por várias intervenções em busca da cura. Como todas não foram eficientes, foi jogada nas criptas até a morte. Sua irmã foi arrancada de casa e levada aos laboratórios para uma intervenção urgente por estar contaminada. Seu pai também foi curado involuntariamente. Lena teme muito que a herança genética que carrega se manifeste e bem no início do livro demonstra seu temor:

"Muitas pessoas temem a intervenção. Algumas até resistem. Mas eu não estou com medo. Mal posso esperar. Faria amanhã, se pudesse" (...) "Não gosto de pensar que continuo andando por aí com a doença em meu sangue. Às vezes sou capaz de jurar que posso senti-la se movendo por minhas veias como algo estragado, tipo leite azedo. Isso faz com que me sinta suja"(...) página 7.

Infelizmente e como todos nós sabemos, junto com o amor vem outros sentimentos não tão belos e agradáveis. Quem nunca chorou por um amor não correspondido, por levar um fora ou porque tiveram uma discussão? E sabe o que é o melhor depois da briga? Fazer as pazes. Pode acreditar, depois de estar há doze anos na companhia da mesma pessoa, precisei errar muito para aprender a acertar. E é este meu julgamento de que a felicidade não é constante que me fez simpatizar tanto pela Hana. Ela diz à Lena antes de entrar na sala de entrevista para a intervenção no primeiro livro:" Você sabe que não é possível ser feliz a não ser que às vezes se sinta infeliz, certo?" Juro que pensei que ela fugiria com Lena e Alex para a selva e fiquei decepcionada não só por ela não ter ido, mas pela revelação que faz em Réquiem, de como mudou o destino do casal.

"Acho que isso faz parte de amar alguém: saber abrir mão de algo. Às vezes, saber abrir mão da pessoa amada." página 295.

Estar apaixonado é maravilhoso e não digo paixão pelo sexo oposto, mas por tudo e a medida que Lena percebe isso seu pensamento muda. Eu adoro a parte onde ela diz que depois de conhecer o amor prefere sofrer dele por um milésimo de segundo do que viver cem anos sob uma mentira (infelizmente esqueci de anotar a página para postar o trecho completo).

"Talvez eles tenham razão. Talvez nossos sentimentos nos enlouqueçam. Talvez o amor seja mesmo uma doença e ficaríamos melhores sem ele. Mas escolhemos um caminho diferente. E, no fim das contas, este é o motivo para fugirmos da cura: somos livres para escolher. Somos livres inclusive para escolher o que é errado." página 24.

Sobre as capas, que como disse, amei, fiz uma associação que alguns me disseram não ter muito a ver mas, a que você acha que se referem as cores? Sempre enxerguei a capa de Delírio em um tom prateado, já me disseram que é azul mas azul é cor do Réquiem. E não julgue pelas fotos da internet, o livro sem ser visto através de uma tela tem uma cor diferente. Sendo prateado, penso que é uma referência a cor que Lena e Alex compartilham em gosto. Ela diz na página 33: "Não cinza, exatamente. Logo antes de o sol nascer há um momento em que o céu ganha uma cor pálida, inexistente, não é bem cinza, mas um pouco branca, de que sempre gostei porque me faz lembrar de esperar que alguma coisa boa aconteça." e ele diz na página 58: "Eu disse que prefiro quando o oceano está cinza. Ou não realmente cinza. Uma cor pálida, intermediária. Evoca a ideia de esperar que aconteça alguma coisa boa."

Em Réquiem fiz a mesma associação do azul aos olhos de duas pessoas importantes para Lena: Julian na página 79 "Os olhos de Julian estão de um azul puro hoje, cor de verão. As vezes ficam tempestuosos, como oceano ao amanhecer; outras vezes ficam pálidos como o céu da aurora. Estou aprendendo todas essas variações de cores." e sua mãe na página 214 "Olho nos olhos dela. São como o céu azul-límpido que se estende acima das árvores, uma espécie de teto colorido. Eu lembro: as praias de Portland, pipas voando, salada de macarrão, piqueniques de verão, as mãos da minha mãe, uma voz cantando para me fazer dormir." Mas em Pandemônio não encontrei nenhuma pista do roxo, então ou eu passei despercebida por esta parte ou estou mesmo viajando. O que você acha?

Algumas partes foram muito boas outras nem tanto mas elas não estragaram a qualidade da história como um todo. Não gostei muito do final sem pistas do que pode ter acontecido com a Tia Carol por exemplo. Não gosto de finais assim que nos deixam no gosto de que terá continuação.

Quem ainda não leu pode incluir na lista de próximas leituras. Nossa biblioteca acabou de receber o terceiro volume. Um dos sintomas do amor deliria nervosa, o egoísmo, se manifestou em mim e eu separei antes de mostrar para vocês. Li e agora o disponibilizo, rs.

Resenha de Bárbara Leilane - Auxiliar da tarde

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Resenha: Trilogia Estilhaça-me


A saga Estilhaça-me de Tahereh Mafi realmente me surpreendeu.

Gosto de livros com diálogos. Mesmo que não haja ação no texto, as conversas dão movimento e fluidez à história e o primeiro livro (Estilhaça-me) é bem descritivo, traz os pensamentos de Juliette e isto faz com ele fique lento. Mas pelas promessas de uma amiga que o livro ficaria bom, fiquei firme e tentando sobreviver àquela monotonia. (E amiga, muito obrigada! )

Juliette é bem irritante nos dois primeiros livros. Quem já leu tem que concordar que nossa protagonista pouco abre sua boca e quando o faz é para chorar ou reclamar em quase todos os capítulos de Estilhaça-me e Liberta-me. Ok! Eu sei! Tudo bem que ela ficou trancafiada por quase três anos, que destes três, por quase um ela ficou sem contato algum com outro ser humano, que o poder dela não é nada agradável, que seus pais lhe entregaram para O Restabelecimento, que ela deve ter muitos traumas… eu sei! Mas em meio a tanta coisa ruim ela não poderia sequer aproveitar a boa refeição e o banho quente? Ela até poderia ficar receosa quanto as intenções dos privilégios de Warner, mas, francamente, eu preferiria morrer depois de estar com a pele limpa e a barriga cheia. Não estou dizendo que Juliette não tenha motivos para agir como tal, mas sim que seu comportamento de uma garotinha de cinco anos tremendamente assustada não ajuda a reconhecê-la como uma jovem de dezessete anos que ela é. Parecem duas Juliette: uma que está no jardim de infância e passa pela experiência de não ter amigos e ser apontada como aberração e outra que não se importa com nada disso e aproveita sua juventude vivendo as aventuras e delícias do primeiro amor. E assim, sua personalidade oscila transmitindo quão confusa ela está.

No segundo livro ela se mostra menos confusa e mais egoísta. Apesar de conhecer o caos em que o mundo se encontra e a miséria em que vive a população, ela continua se lamentando pela “maldição” e não dando valor a conforto (se comparada aos outros civis) e segurança que o Ponto Ômega lhe dispõe. Ela sequer se oferece para ajudar ou se concentra nos exercícios que irão controlar e evoluir seu poder. E para piorar, a distorção de caráter dizendo amar Adam e trocar carícias com Warner. Isto sem mencionar o fato dela guardar tantos segredos daquele que é o segundo maior inimigo do ponto Ômega.

Por outro lado, se não fosse pela engenhosidade magnífica de Tahereh ao construir uma personagem tão desprezível, eu não houvesse me apaixonado tanto pela história. No final de Liberta-me tem início uma cadeia de revelações e reviravoltas surpreendentes. Se eu estivesse com os três livros em mãos, certamente voltaria para reler algumas cenas em que nós, assim como Juliette somos feitos de bobos. Somos manipulados querido leitor! É um fato! Como os acontecimentos são relatados pela Juliette, ficamos “forçados” a acreditar que as coisas são conforme ela os vê e julga. E assim como Warner riu da ingenuidade e tolice dela, poderia gargalhar daquilo que acreditávamos ser verdade. Para ser sincera, acho que ele se divertiria muito, muito com isto. Posso até imaginá-lo com os sapatos lustrosos, as calças pretas e a camisa branca impecavelmente passada, as mangas da blusa dobradas até os cotovelos, os braços cruzados sob o peito e ele se curvando levemente para trás abrindo um imenso sorriso que evoluiria até uma gargalhada e apresentaria suas lindas covinhas.

Incendeia-me muda totalmente a forma como absorvemos a história porque nos apresenta quem cada personagem realmente é. A maturidade de Juliette é absoluta. Ela subitamente rompe a casca e se mostra com poder e determinação, sem resquícios de quem um dia ela foi. A decisão dela com relação aos sentimentos entre Adam e Warner é digna no mínimo de respeito.

E a mudança não é somente nela: Kenji que para mim sempre foi convencido, cheio de si e inconveniente transforma-se em uma pessoa agradável e querida. Não gostava dele no início e no fim a vontade era de ter um amigo tão bem-humorado, companheiro e conselheiro assim. Até Warner, quem diria, tem salvação. E mesmo ele ainda não se tornando exatamente o mocinho da história, sua mudança tem que ser reconhecida.

Poupei as últimas páginas, confesso. Não queria que terminasse e por outro lado não conseguia parar de ler. Comecei, então, a reler alguns trechos e refazer meus julgamentos a respeito dos personagens e da história em si que a princípio parecia não chegar a lugar algum, desenvolveu-se reveladora e terminou com gosto de quero mais. A verdade é que tem mais: para quem, assim como eu, não se conforma em chegar ao final das 1132 páginas, podem curtir Destrua-me e Fragmenta-me Estas histórias fazem a ligação entre Estilhaça-me e Liberta-me e Liberta-me e Incendeia-me.
Boa leitura!
(Resenha escrita pela auxiliar Bárbara Leilane)
As auxiliares.

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VÁLIDO PARA 27 DE MAIO