sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Resenha Pao.com.manteiga


Que tipo de livro teria como título “pão.com.manteiga” ? A primeira informação é que a história é relacionada a internet. Mas o que teria a ver a internet com nosso café da manhã?


Paulo é adolescente e em um daqueles dias em que você está querendo dar uma “repaginada”, muda seu perfil no MSN. Enquanto comia um pão, sem manteiga mesmo, surge a ideia de qual apelido adotar. Pouco depois, sua amiga Carol comenta com Renatinha que um amigo havia se apelidado de Pão. Renata se interessa e muda seu nome para Manteiga.

As mentiras começam aí, trocando os nomes dos personagens principais. Eles, Pão e Manteiga, ficam amigos e quando a curiosidade de ver o outro surge, mais mentiras: cada um usa uma foto que não é a real e inventam vidas que gostariam de ter.

A família de Paulo está com dificuldades financeiras e ele diz ser muito rico, que os pais estão de férias no exterior, que ele está relaxando na piscina... Renata é gordinha e diz ter um corpo de top model, lindos cabelos ondulados... Enfim, aquelas conversas mentirosas da sala de bate-papo que não vão dar em nada porque, provavelmente, você nunca irá se encontrar com a outra pessoa e se encontrar, quem poderia confirmar que era mesmo você?

Acho este perfil bastante realista. Trabalhando com adolescentes da era virtual, não foram poucas as vezes que me confidenciaram estas brincadeiras de identidade. No entanto, Paulo e Renata estão tão insatisfeitos com a vida real que ficam ansiosos para assumir a personalidade que adotam no MSN. Eles gostam e chegam a desejar que fosse verdade.

Já estava pensando em onde iria parar aquela brincadeira, que estava ficando séria, quando Pão e Manteiga reconhecem que a única vida que temos é a que vivemos. Que se não estamos satisfeitos com nossa aparência, nossos amigos, nossa condição social, questões políticas ou o que quer que seja, é aqui que temos que fazer a mudança. Nos escondermos atrás de perfis perfeitos na rede social não muda o que somos. A crítica de Jonas Ribeiro (autor) é muito clara quando lemos o trecho onde Pão se cansa da virtualidade e se assume como Paulo:

"Não quero mais saber de turbinar meu computador, de amigos gamemaníacos, de ficar jogando on-line, de atualizar meu perfil todo santo dia, de cartões virtuais. Chega!!! A internet não pode substituir a casa de um migo e o cheiro de uma garota. Acabamos abrindo mão do prazer pela comodidade. Que loucura fazer compras num shopping virtual! Será que vamos colocar nossos sonhos num site da web e ponto com ponto br? Só falta agora a gente fazer download dos sentimentos que quer sentir. A grande revolução está na emoção e não na hipermídia."

O livro é fininho, fácil de ler e as ilustrações ajudam os “preguiçosos” a se sentirem estimulados a realizar a leitura. Como a história é em um universo jovem e virtual, encontramos muitas gírias, internetês e emoticons. Também outros aspectos com as turmas ou tribos, romance, amizade e as confusões sentimentais. Recomendo. Apenas no finalzinho, lá pelas últimas cinco ou dez páginas que a trama fica meio confusa e se perde da principal. Aparece um mendigo no bar, e eu realmente acho que foi uma enrolação para acabar o livro. Ficou um final como vocês diriam: “Nada a ver”.

Resenha de Bárbara Leilane – Auxiliar da tarde

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VÁLIDO PARA 15 DE MAIO

2 comentários:

  1. Pelo titulo parece ser um livro sobre cafe da manha por causa do Pão e da Manteiga que estão presentes no nosso dia-a-dia,mas nao e um livro sobre internet.Parece que o livro e muito bom.
    Julia 33c

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    1. E é, Júlia!

      Recomendo a leitura, principalmente para a sua geração que passa tanto tempo navegando e acabam confundindo os perfis que assumem falsamente nas redes sociais com a vida real. Além de diminuírem o tempo de contato físico e interagirem por mensagens e vídeos.

      Parabéns, pode retirar seu brinde. Mais um! ;D

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